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"Não tenha pressa. Mas não perca tempo". (José Saramago)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016


Mais uma vez a coluna Livros e Cia tem a contribuição do nosso colega André Vinícius Bezerra, da 3ª VT de Diadema. Depois de ter sua resenha sobre Crime e Castigo, de Fiodor Dostoievski, publicada aqui, ele agora sugere o livro La Doce - a explosiva história da torcida organizada mais temida do mundo. Confira:

O livro foi lançado no Brasil pela editora Panda Books, em 2012, autorizada pela Editorial Sudamericana. Seu autor é o jornalista argentino Gustavo Grabia, editor do diário esportivo Olé e tido como o maior especialista do país em violência no futebol. La Doce é seu primeiro livro lançado no Brasil.
O alarmante subtítulo da obra – “a explosiva história da torcida organizada mais temida do mundo” – é um belo chamariz para entender todo o contexto que cerca a entidade que dá nome ao livro. A La Doce é a barra brava (termo para designar as torcidas violentas nos países de língua espanhola) mais conhecida do Club Atletico Boca Juniors, a agremiação mais vitoriosa da Argentina nas últimas décadas. “Doce” significa “doze”, epíteto perfeito para quem se autointitula como o décimo-segundo jogador. Porém, de acordo com Grabia em seu livro-reportagem, a relação da barra com o Boca vai muito além das arquibancadas. As páginas de “La Doce” trazem ao leitor relatos de subornos, extorsões, emboscadas planejadas, assassinatos e impunidade, muitas vezes com vistas grossas do clube xeneize e das autoridades argentinas. A forma como a La Doce cresceu é inacreditável. 

A narrativa do livro está à altura da importância que a obra provavelmente representará para o futebol argentino. Cada página representa um grau a mais de inquietação no incrédulo leitor, sem conseguir compreender o tamanho da força ostentada por La Doce na Argentina e mesmo fora dela. Com linguagem ágil e simples, Grabia atenta para um sério problema esportivo e social. 

A revoltante obra é muito recomendada para, obviamente, os apreciadores de futebol. E também para quem deseja entender a promiscuidade existente entre o Boca Juniors e La Doce e, por extensão, entre todos os outros clubes argentinos e suas respectivas barras bravas.