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"Não tenha pressa. Mas não perca tempo". (José Saramago)

quarta-feira, 11 de maio de 2016


A coluna de hoje tem a participação do André Vinícius Bezerra, da 3ª VT de Diadema, que indica o livro “Cem anos de solidão”, escrito pelo colombiano Gabriel García Márquez. Confira a resenha feita por nosso colega sobre esse clássico da literatura latino-americana:

“O romance colombiano ‘Cem Anos de Solidão’ foi escrito em 1967 pelo consagrado autor Gabriel García Márquez. A versão brasileira da editora Record já está em sua 91ª edição (2015), possui 446 páginas e foi traduzida por Eric Nepomuceno. Em 1982, a obra rendeu a García Márquez o prêmio Nobel de literatura. 
Ambientado em Macondo, uma aldeia aos poucos transformada em cidade, o livro apresenta a saga da família Buendía, dentro de um período de pouco mais de um século. A origem é um casamento incestuoso, entre os primos José Arcádio Buendía e Úrsula Iguarán, do qual nascem Amaranta, José Arcádio e Aureliano Buendía. A família cresce por meio de casamentos arranjados, relacionamentos extraconjugais, guerras civis e os pergaminhos sobrenaturais de Melquíades. O irreal, o sobrenatural, o oculto é retratado como meramente prosaico na obra, tendo em vista ser uma das representantes da escola literária latino-americana conhecida como Realismo Mágico. 

As situações, desde a fundação de Macondo até seu relativo desenvolvimento, perpetuam-se entre os membros da família. Mesmo os nomes, notadamente José Arcádio e Aureliano, são repetidos de geração em geração. Tal fato desperta no leitor a sensação de estórias em ciclos, o que de fato parece ter sido a intenção de García Márquez: fatiar a vida humana em estágios distintos, podendo apresentar ligeiras variações, mas que ao final seguem o mesmo padrão. Em ‘Cem Anos’, cada personagem conta com seus próprios objetivos, diferenciados entre si e fadados a um mesmo destino: a solitária frustração. 

Uma fantástica análise da caminhada humana. Porém, uma caminhada rumo a um destino incerto e por vezes invisível. Assim é ‘Cem Anos de Solidão’, redigido com uma linguagem objetiva, simples, bem humorada e até levemente chula – é comum encontrar alguns palavrões nos diálogos do livro. Há uma constante tensão na narrativa, na qual o leitor aguarda o momento em que determinado personagem se encontrará com alguma tragédia ou profunda decepção. Porque aos Buendía ‘não será dada uma segunda oportunidade sobre a terra’, como é dito pelo próprio autor. 

‘Cem Anos de Solidão’ é para ser lido com prazer, conquanto temperado com agonia. O Nobel de literatura de 1982 ficou em ótimas mãos.”