Há mais ou menos três décadas, doenças como a AIDS e o câncer eram consideradas tabus. Por meio de um trabalho coletivo entre poder público e entidades da área da saúde, a população compreendeu que falar sobre o tema não é forma de contágio e, que por mais avançada que a medicina esteja, a prevenção ainda é o melhor remédio.
É com objetivo semelhante a esse que a associação CVV, Centro de Valorização da Vida, desenvolve, desde 2014, o Setembro Amarelo. Trata-se de uma campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, um mal silencioso que, infelizmente, tem crescido em nossa sociedade.
As pessoas fogem desse assunto, tanto as que sofrem, pois têm receio e não sabem como contar o que se passa em sua mente, quanto as que estão ao redor. Por medo e falta de informação, os sinais de que um parente, amigo, colega de trabalho está com ideias suicidas não são percebidos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, muitos casos podem ser evitados com conversa, diálogo e ajuda de pessoas próximas. Suicídio não é frescura, fraqueza espiritual ou valorização excessiva de aspectos negativos. Colocar-se no lugar do outro e demostrar afeto e acolhimento são os passos fundamentais.
Além de ouvir, encaminhe a pessoa para um psicólogo ou psiquiatra. Num primeiro momento, ela pode hesitar e não querer dividir suas angústias com um desconhecido, então, se possível, acompanhe-a nas primeiras consultas.
Ao perceber mudanças de comportamento e frases como “não vale a pena viver” e “queria desaparecer”, procure entender o que está acontecendo. Esses são pedidos indiretos de ajuda. Antes de pensar em morrer, quem acredita que não há solução para os problemas, espera por socorro.
O CVV mantém um canal gratuito de apoio emocional. Ligue 141 quando precisar desabafar. Os voluntários também atendem por e-mail, Skype e chat. Em todas as plataformas, as conversas são sigilosas e anônimas. O passo a passo está no site da associação www.cvv.org.br.
